ONU condena israel por uso de bombas de fragmentação
O coordenador dos Assuntos Humanitários da ONU, Jan Egeland, alertou nesta quarta-feira que milhares de civis estão ameaçados no sul do Líbano pelas bombas de fragmentação não detonadas lançadas por israel nos últimos três dias do conflito.
Egeland citou novas informações procedentes do Centro de Coordenação da Acção Antiminas das Nações Unidas (Macc), segundo as quais "359 localizações de bombas de fragmentação" foram identificadas, o que representa cerca de 100.000 bombas não explodidas.
"O que é chocante, e eu diria totalmente imoral, é que 90% destas bombas de fragmentação foram lançadas nas últimas 72 horas do conflito, quando sabíamos que uma resolução iria ser adoptada, quando sabíamos que isso teria um fim", afirmou.
"Todos os dias, pessoas são aleijadas, feridas e mortas por estas armas", continuou, destacando que estas bombas podem ter sido fabricadas em vários países, entre eles os EUA.
"Espero que os Estados Unidos falem sobre isso com israel, porque é uma vergonha ter cerca de 100.000 bombas no meio da população civil", criticou Egeland.
Destruição maciça
O Líbano foi atingido por milhares de toneladas de explosivos, que visaram todas as infraestruturas básicas do país: aeroportos, centrais eléctricas, estradas, pontes, refinarias, indústrias, meios de comunicação e, em alguns casos até mesmo edifícios govenamentais foram destruídos por israel.
Os estragos ascendem a muitas centenas de milhões de euros e fazem com que toda a recuperação que o Líbano estava a fazer de uma sangrenta guerra civil e de uma ocupação israelita anterior (1983) esteja perdida. O retrocesso causado ao Líbano pode significar várias décadas de desenvolvimento perdido e não se vislumbra que israel seja responsabilizado pelos prejuízos causados. O Governo libanês estima uma perda de 15 anos de trabalho.
A decisão do envio de tropas portuguesas para o Líbano, no âmbito das Nações Unidas, com um custo para o Estado português de cerca de 3 milhões de euros, devia ser paga por israel, pois eles são quem provocou a destruição que agora o Batalhão de Engenharia do Exército português vai ajudar a resolver. Não só esta despesa, como toda a despesa de reconstrução do Líbano devia ser paga por israel - o que mesmo assim só representaria uma pequena fracção do orçamento militar que tem disponível todos os anos para comprar armas aos Estados Unidos.
Agora olhemos para o ridículo da situação: os EUA vão dar 200 milhões de euros para a reconstrução do Líbano, e a Conferência de Doadores irá doar 400 milhões de euros, mas só em 2005 israel adquiriu mais de 500 milhões de euros em material militar aos EUA e a outros países produtores de armamento... Mas pior ainda, é que israel não tenciona indemnizar ninguém no Líbano pelos estragos que causou. Os mesmos que exigem responsabilidades e indemnizações de prejuízos que datam da Segunda Guerra Mundial.
Genocídio
Os ataques israelitas ao Líbano fizeram centenas de mortos entre os civis, em situações que não podem ser descritas de outra forma senão como genocídio. Canaã foi só um exemplo da barbárie israelita e as notícias da utilização massiva de bombas de fragmentação (arma banida em 1997 pelas Nações Unidas para uso em zonas civis), a poucas horas de um anunciado cessar-fogo, só vêm confirmar a atitude de profundo desprezo pelo povo libanês que os israelitas têm. A juntar aos restantes ódios de estimação que os israelitas gostam de coleccionar entre os seus vizinhos.
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1 comentário:
Post do RandomBlog02:
"Iniciou-se uma petição, dirigida à Assembleia Geral das Nações Unidas, tendo em vista a instituição imediata de um Tribunal Criminal Internacional sobre Israel para, ao abrigo U.N. Charter Article 22, proceder à abertura de um processo ao primeiro-ministro Olmert, ministro da defesa Peretz e outros generais e criminosos de guerra por crimes internacionais de guerra, crimes contra a Humanidade e genocídio do povo do Líbano e Palestina."
link: http://new.petitiononline.com/un040806/petition.html
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