28 setembro 2006

Negociações FARC/Uribe com luz verde... ou amarela

FARC-EP: Guerrilheiros em nome do Povo

Vem hoje, 28 de Setembro, no jornal «Público» online, a notícia de que negociações de paz podem ser iniciadas na Colômbia com vista a um acordo humanitário. As condições das FARC foram tidas em consideração e podem ser dados importantes passos na resolução pacífica para um conflito com mais de 40 anos.

Esperamos que desta vez, o Governo da Colômbia cumpra o acordo e não faça o que já fez no passado, como por exemplo, bombardear a sede do Secretariado das FARC, quebrando umas tréguas e em dia de eleições.

Quero sublinhar mais uma vez o disparate das cartas de Pedroso a propósito da Festa e das FARC. Na notícia pode ler-se que as FARC têm 58 REFÉNS que querem trocar por 500 guerrilheiros detidos pelo Exército do Governo, e não 3000 como afirma esse político que, como se vê, é esclarecido sobre o assunto.

Também se pode ler que os contactos e negociações estão a ser feitos por Espanha, Suiça e França, e sabemos que a Suécia se opõe à classificação das FARC como «terroristas», imposta pelos EUA no âmbito da sua «luta anti-terrorista» pós-11 de Setembro. São países em que os políticos e diplomatas têm uma visão da política internacional obviamente diferente das dos autores (e subscritores) daquelas cartas. Ainda bem.

O link/recorte da notícia vai aqui mas eu vou colar o texto todo, não vá a notícia "esfumar-se".
(Obrigado ao aldeia-pp pela notícia!)


No «Público» online:

Para negociar acordo humanitário
Presidente da Colômbia aceita desmilitarizar duas zonas a pedido das FARC
28.09.2006 - 14h42 Lusa


«O Presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, aceitou hoje desmilitarizar duas regiões do Sudoeste do país a pedido dos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, movimento marxista), para negociar um acordo humanitário.

"Há vontade política para efectuar uma retirada das tropas [governamentais]", declarou à Rádio Caracol o antigo ministro Alvaro Leyva, designado pelo Presidente para estabelecer um contacto com a principal guerrilha colombiana.

As tropas que vão ser retiradas são as que estão estacionadas nos municípios de Florida e de Pradera, que serão declarados zonas de encontro durante 45 dias.

França, Suíça e Espanha propuseram no dia 13 de Dezembro de 2005 a criação de uma zona desmilitarizada sob controlo internacional para negociar um acordo humanitário, mas as FARC rejitaram a proposta, estimando que a zona desmilitarizada era demasiado pequena.

A guerrilha marxista, que integra 17 mil combatentes, reclama a libertação de 500 guerrilheiros em troca de 58 reféns, entre os quais Ingrid Betancourt, 44 anos, ex-candidata às eleições presidenciais, raptada no dia 23 de Fevereiro de 2002. »

1 comentário:

Anónimo disse...

Comunicado das FARC-EP

Tenemos la decisión y la voluntad política de concretar el canje

A los familiares de los prisioneros de guerra retenidos por las FARC-EP y al país les informamos que no existe ningún tipo de contacto, ni de conducto, ni de mecanismo de comunicación directo o indirecto entre el gobierno y nosotros. Una vez más riñen con la verdad afirmaciones o respuestas vagas e insinuantes que en tal sentido han hecho el presidente y altos colaboradores suyos en los últimos días.

La verdad es que estamos en cero tal como hace 4 años. Uribe insiste en el rescate militar con las consecuencias que ello trae e impide la entrega de los despojos mortales del mayor Guevara a su familia y el envío de pruebas de supervivencia de la totalidad de retenidos.

Para conversar y concretar el canje se requiere el despeje de los municipios de Florida y Pradera durante 45 días, dada no solo la creciente militarización de la periferia del área tanto en el propio departamento del Valle como en las zonas vecinas del Cauca y el Tolima, sino los intensos operativos que se adelantan desde los primeros días del mes de agosto en la región.

Sería lamentable que el gobierno solo estuviera tratando de ganar tiempo para anillar más, con nuevos batallones, brigadas y paramilitares los dos municipios, porque se generarían mayores dificultades.

Tenemos la decisión y la voluntad política de concretar el canje por profundas convicciones revolucionarias para que todos los prisioneros alcancen su libertad, incluyendo a Simón Trinidad y a Sonia.

Un paso de tal naturaleza abriría, sin duda, un nuevo y esperanzador horizonte para el futuro del país. Pero es el gobierno quien debe decidir.

Secretariado del Estado Mayor Central, FARC-EP
Montañas de Colombia, septiembre 24 de 2006