22 dezembro 2004

Abusos a presos em Guantanamo

Detidos na base militar dos EUA em Guantanamo, Cuba

Há provas de abusos a presos em Guantanamo

Jornal dos EUA, "The Washington Post", refere documentos do FBI


O jornal "The Washington Post" informou, hoje, que os agentes da Polícia Federal norte-americana (FBI) que participaram no interrogatório de prisioneiros em Guantanamo têm documentos que provam os abusos cometidos pelos militares dos Estados Unidos. Em memorandos redigidos num período de dois anos, até Agosto último, os agentes do FBI observaram, e questionaram, os métodos rudes aplicados pelos militares responsáveis pelos interrogatórios.

Os documentos mostram que a Agência Central de Informação (CIA) manteve dentro do campo de concentração um centro secreto de interrogatório dos "prisioneiros mais valiosos". Os memorandos hoje divulgados pelo "Washington Post" foram obtidos pela União de Liberdades Civis (ACLU) e outros grupos defensores dos direitos civis.

Desde o início da guerra global contra o terrorismo em Setembro de 2001, os Estados Unidos detiveram centenas de homens em dezenas de países, tendo colocado mais de 600 num campo de prisioneiros na base naval norte-americana de Guantanamo, em Cuba.

Entre os testemunhos dos agentes do FBI encontram-se depoimentos de prisioneiros acorrentados ao chão, privados de água e comida, forçados a defecar e a urinar no local, submetidos a temperaturas extremas de frio ou calor, e intimidados por cães.

"Vários agentes afirmaram que os interrogadores militares se fizeram passar por agentes do FBI numa tentativa de evitar serem acusados na sequência de denúncias de abusos", indicou o jornal.

Num dos memorandos conseguidos pela União de Liberdades Civis, um agente do FBI escreveu que "esta técnica de se fazer passar por agente do FBI, bem como todas as usadas nestas situações foram aprovadas pelo sub-secretário da Defesa" Paul Wolfowitz.

O Pentágono negou, por seu lado, que tenha sido assinada qualquer ordem pelo secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, no sentido de um tratamento violento dos prisioneiros.

Fonte: SIC Online

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