02 maio 2009

O anticomunismo do BE prejudica os portugueses

As palavras dos líderes do BE sobre o pseudo incidente com VM na manif do 1.º de Maio, são a mais clara evidência da impossibilidade de uma convergência política.

Aliás, a urgência com que os bloquistas se puseram no terreno para acusar o PCP de instigar os manifestantes, foram quase tão rápidas ou até mais rápidas que as reacções do próprio PS.

É de manifesta baixeza intelectual que se movam desta forma processos difamatórios sobre um partido que sistematicamente tem dado provas do seu comportamento democrático nas várias esferas políticas em que participa.

O PCP é um partido com milhares de eleitos, desde as Autarquias até ao Parlamento Europeu. Debate abertamente e sem medos todas as vertentes políticas da sociedade, apresentando para todas elas um projecto político credível.

Na actuação quotidiana, os comunistas mostram a sua verticalidade e espírito solidário, bem como uma capacidade de trabalho, como provam os números de projectos-lei, declarações e intervenções dos seus euro-deputados, dos seus deputados na Assembleia da República, nas Assembleias Regionais, Municipais e de Freguesia.

Os trabalhadores sabem quem está do lado deles na luta contra os despedimentos, o «lay-off» e as imposições cada vez mais descaradas de um patronato apoiado em toda a linha pelo Governo.

Não existem - nem poderão existir - provas de que o PCP ou a CGTP tenham alguma coisa a ver com o incidente. E é até caricato que aqueles que nos últimos tempos tanto têm invocado «habeas corpus» a propósito do Freeport, agora não tenham pejo em utilizar uma argumentação de linhagem reaccionária populista para apontarem o dedo publicamente ao PCP.

Pior ainda, é quando o BE, famoso pela participação pacífica em manifestações, características dos vários movimentos que lhe deram origem - UDP, FER, PSR, etc. - se torna «guardador» da moral e bons costumes.

Mas de uma coisa não haja dúvidas: o folclore montado em torno disto tudo, com o BE a fazer de fanfarra, só pode beneficiar o populismo característico do PS, que, apavorado com as prováveis derrotas eleitorais que se avizinham, faz o discurso dos «incendiários do Reichstag».

Esperemos que os portugueses ignorem esta novela do BE/PS (que provavelmente terão desta forma inaugurado uma profícua relação), e nas urnas dêem ao PCP a força que precisa para mudar o rumo desta sociedade, cujo ar se tornou irrespirável.

[adenda 03/maio]

Como estas coisas da imagem pública são tramadas, afinal parece que há um elemento ligado ao Bloco de Esquerda a insultar o VM no 1º de Maio. Será que o Ps vai exigir desculpas ao BE?

(ver video RTP)

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