08 novembro 2006
A extrema direita no governo israelita
Foi nomeado o novo Ministro para as Ameaças Externas de israel. Avigdor Liberman é o líder de uma das forças políticas mais radicais da extrema-direita israelita, o Yisrael Beitenu, que pretende, entre muitas outras atitudes racistas e xenófobas, deportar todos os árabes que vivem em israel para a Cisjordânia, de forma a não permitir uma maioria árabe no interior do território israelita.
O partido em causa foi o quarto mais votado nas eleições para o knesset, a assembleia parlamentar de israel, obtendo 11 dos 118 lugares a votos.
A existência deste tipo de radicalismo no governo daquele país faz com que todas as punições exercidas pela «comunidade internacional» sobre o governo da Autoridade Palestiniana, por este ser composto por elementos do Hamas e este ser uma força viva do extremismo islâmico, deveriam agora ser aplicadas a israel, porque não só o extremismo sionista está presente no governo israelita, como também são sobejamente conhecidos os casos de atentados terroristas da extrema-direita israelita, que merecem tanta condenação como os cometidos pelos extremistas islâmicos.
Yitzhak Rabin, antigo Primeiro-Ministro, foi assassinado por um radical desta mesma extrema direita que agora tem presença no governo. Uma das causas mais comuns de disparos mútuos nas zonas de contacto entre colunatos e povoados palestinianos , são os aterrorizantes «snipers» israelitas, que, instalados nos seus bairros fortificados e patrulhados pelo exército, disparam tiros isolados sobre civis palestinianos que circulam em estradas ou ruas. A maioria destes «snipers» pertencem à extrema-direita, comungando dos ideais do novo Ministro para as Ameaças Externas.
De um lado, um povo expansionista e fervoroso crente na sua religião, com acesso a vastos recursos económicos e militares; do outro, também um povo profundamente religioso, mas pobre, sem exército e sem qualquer tipo de apoios ou infraestruturas sociais. Ambos empenhados em combater-se mutuamente para vingar a morte que se segue ainda antes de ocorrer, com quaisquer armas que possuam. Ambos minados por extremismos totalmente antagónicos.
É por isso que a «comunidade internacional» tem que assumir que quer resolver este conflito e sancionar as duas partes do mesmo. Nem mais uma arma ou munição deve entrar naqueles territórios, seja para que parte fôr e todas as ajudas externas militares devem ser proíbidas, incluindo as norte-americanas, a qualquer das partes do conflito.
Mas também tem que haver vontade dos próprios povos: os palestinianos e os israelitas têm que abandonar a prática do «olho por olho». Já não me recordo quem disse mas aplica-se na perfeição: "Olho por olho, dente por dente, faz um país ficar cego e desdentado", ou seja, só se perpetua a violência e a morte, não havendo esperança de quebrar este ciclo de sangue.
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