O secretário-geral do PCP admitiu a presença na edição deste ano da Festa do Avante! de membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, mas garantiu que “todas as entradas” no recinto “foram legais”...
“Naturalmente convidámos o partido comunista colombiano e a revista «Resistência», afirmou Jerónimo de Sousa, afirmando a solidariedade do PCP com o ideário aquele movimento. Apesar dos métodos utilizados pelas FARC, “que o PCP não usaria”, existe uma “grande solidariedade” com o movimento porque “a maior violação dos direitos humanos é impedir que um povo tenha direito à sua soberania, à sua liberdade” afirmou. Na sua edição de ontem, o «Diário de Notícia» escrevia que o embaixador colombiano em Lisboa, Plínio Apuleyo Mendoza, pediu explicações ao Governo sobre a presença na última edição da Festa do Avante! de activistas das FARC, um grupo classificado como terrorista pela União Europeia. Jerónimo de Sousa deplorou a iniciativa do diplomata colombiano, retorquindo que caberia ao embaixador da Colômbia “dar contas das razões que levam ao assassinato, por exemplo de 70 sindicalistas comunistas, atitudes terroristas contra o movimento sindical”.
Para o secretário-geral do Partido Comunista, a “questão central” é que o PCP tem “uma concepção diferente de terrorismo” comparativamente à UE e Estados Unidos, criticando também o Governo a este respeito. “Pensamos que esta operação e esta deriva em relação à nossa Festa procura esconder a responsabilidade deste Governo em relação a actos de terrorismo de Estado, designadamente em relação à facilidade que permitiu que em território nacional se cometam como os voos da CIA, transportando prisioneiros à revelia do Direito Internacional”, apontou. O líder comunista criticou, por isso, que se “procure colocar na ordem do dia” o que não passou de “uma festa normal, um convite aberto e uma participação claramente legal”, perante o simultâneo “silêncio de chumbo” em torno do que classificou como “terrorismo de Estado”.
O ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, afirmou, entretanto, que os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras não possuem qualquer registo de entrada em Portugal de cidadãos ligados às FARC.
in "Primeiro de Janeiro"
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