30 março 2005

RUMSFELD RECEBE RESPOSTA À ALTURA

"Aqui na Venezuela estamos preocupados com a elevada despesa militar dos EUA, que ronda os 450 mil milhões de dólares, o que significa uma despesa muito superior à soma das despesas das 18 potências que o seguem. Só os EUA absorvem 36% da despesa militar mundial. Isto gerou grande preocupação na maioria do países do mundo, uma vez que não há qualquer justificação para que se construam tantos dispositivos para a guerra", afirmou o vice-presidente da República Bolivariana da Venezuela, José Vicente Rangel, em resposta às declarações impertinentes do secretário da Defesa estadunidense, Donald Rumsfeld, acerca da compra de armas por parte do governo venezuelano.

Orçamento militar mundial em 1997 - EUA possuem 34% da despesa militar mundial


"Os EUA — acrescenta Rangel — desenvolveram uma novíssima doutrina para justificar a sua corrida armamentista. Trata-se da chamada Guerra preventiva. Para eles, não se trata de fazer a paz e sim a guerra preventiva. Essa doutrina é que mantem preocupado o mundo inteiro porque, como sabemos todos, já a puseram em prática".

"Essa é a grande diferença com as compras de armas que, num acto de plena soberania, estamos a realizar com a única finalidade de defender a nossa independência e garantir a autodeterminação do nosso povo. Estas armas, como todos sabem, não têm potencial para agredir ninguém. São armas exclusivamente para a defesa, às quais têm direito todas as nações da terra", afirma o vice-presidente venezuelano.

E acrescenta: "Temos de dizer mais: neste momento os EUA começam a desenvolver uma nova fase da sua agressão contra a nossa pátria. Começaram com a guerra de propaganda e agora elevam o seu ataque, utilizando um dos impulsionadores da chamada guerra das galáxias, o qual procura criar inimigos da Venezuela entre os nossos amigos. A estratégia norte-americana está destinada a destruir a unidade latino-americana e apropriar-se dos nossos recursos energéticos. A Venezuela é apenas um degrau da sua ambição global".

"Essa escalada confirma a existência de um plano do governo norte-americano contra a Venezuela. Plano esse que já foi ensaiado no 11 de Abril de 2002 com o golpe contra o presidente Hugo Chávez, que continuou a desenvolver-se com a paralização e a sabotagem petroleira a partir do 2 de Dezembro de 2002, com declarações sistemáticas de personagens da administração Bush, com uma campanha mediática como aquelas que o império lançou através da história quando se dispôs a consumar uma agressão, ou ainda com a tentativas que se detectaram de acções magnicidas e outras séries de actividades desestabilizadoras", prossegue o comunicado da vice-presidência da República Bolivariana da Venezuela.

E conclui: "Definitivamente, os EUA estão preocupados porque a América Latina está a libertar-se. Essa preocupação é a do escravocrata que não aceita a luta libertadora dos povos oprimidos. A preocupação dos EUA com a Venezuela é porque o nosso país está a construir uma verdadeira democracia de iguais, o que esse país não faz nem com o seu povo nem no âmbito internacional. A preocupação dos EUA deve-se ao facto de estarmos a construir outro mundo(...). Pois a partir do Sul respondemos com a dignidade como bandeira e com a grande responsabilidade que temos como filhos de San Martin, de Artigas, de O'Higgins, de Abreu e Lima, de Bolívar..."

fonte: resistir.info

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